Retomada econômica em Goiás passa pela construção civil e infraestrutura

Retomada econômica em Goiás passa pela construção civil e infraestrutura

O estudo “Brasil Visto Pela Neoway” analisa crescimento de mais de 14% no investimento em obras em estágio de projeto, intenção, paralisadas ou em andamento. Em termos de recursos, esse percentual significa o movimento de R$ 960 bilhões. Deste total, ao menos 2% será de investimentos previstos para Goiás – cerca de R$ 18 bilhões.

O levantamento coloca Goiás da posição de número 15 entre os estados com maior movimentação de recursos para o setor estrutural e de construção. No topo da lista com mais investimentos em obras já em andamento estão Rio de Janeiro (28%), São Paulo (23%) e Paraná (6,5%). O estudo analisa as projeções para os próximos 5 anos, principalmente nos setores de energia, saneamento, óleo & gás, transporte, indústria, infraestrutura esportiva e suas subdivisões. É monitorada a evolução do mercado de infraestrutura em todas as suas fases, incluindo as obras que ainda não entraram em processo de licitação.

As projeções demonstram que a retomada econômica frente ao cenário de pandemia passa pela construção civil e infraestrutura. O governo do Estado tem apostado nessa estratégias para recuperação econômica. Segundo o secretário da Governadoria, Adriano Rocha Lima, o Estado tem se empenhando em investimentos em logística e estruturantes.

“Estamos focados na pavimentação de estradas, recomposição de rodovias que estão em estado precário. Também temos a ferrovia Norte-Sul que segue para uma nova etapa agora”, diz Adriano Rocha Lima. Ele cita o inauguração do trecho entre São Simão (GO) e Estrela D’Oeste (SP) da Ferrovia Norte-Sul, ocorrido nessa semana. A solenidade, que aconteceu em São Simão, marcou o início da operação do corredor ferroviário ligando o estado de Goiás ao Porto de Santos, por meio da conexão entre as malhas da Ferrovia Norte-Sul e a Malha Paulista.

De acordo com o Ministério da Infraestrutura, esse trecho da ferrovia tem 172 quilômetros, corta três estados, e é operado pela empresa Rumo, que investiu R$ 711 milhões, incluindo a construção de uma ponte ferroviária de 530 metros sobre o Rio Paranaíba.

Adriano Rocha Lima lembra que, em parceria com o Ministério da Infraestrutura, foi assinado protocolo de intenções para criação do Centro de Excelência em Transportes, que vai operar em Anápolis. Essa iniciativa pode garantir para o Estado prioridade em investimentos estruturais para o setor ferroviário.

Sobre as obras focadas na malha viária, o presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra),  Pedro Henrique Ramos Sales, explica que o estado conseguiu uma estabilização financeira fiscal, o que dará condições de realizar novos investimentos no setor. “Agora que o estado está com uma condição fiscal que caminha para uma melhora, a gente está retomando a carteira para expandir o volume de obras”, diz. “Vamos atuar em todas regiões, sobretudo no norte e nordeste, regiões que eram esquecidas. Lá as pessoas há muitos anos não viam uma máquina do estado trabalhando na região”, diz.

Pedro Sales aponta que com o fim do período de chuva – o que deve ocorrer nos próximos dias – várias obras serão iniciadas ou retomadas. “Estamos iniciando contratações e editais para ampliar o ritmo das obras”, diz o presidente da Goinfra ao apontar que o volume de investimentos será ampliado.

Os dados são levantados pelo estudo da Neoway são de fontes como Diário Oficial da União, Portal da Transparência, Caixa Econômica Federal e programas governamentais. O levantamento conta ainda com modelagens estatísticas e diferentes variáveis desenvolvidas pela equipe de Ciências de Dados da Neoway.

Construção Civil aquecida em Goiás

De acordo com o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), Fernando Razuk, têm ocorrido lançamentos imobiliários variados em Goiânia. Alguns bairros, que até anos atrás não tinham lançamentos, voltaram a ter, como os setores Pedro Ludovico, Coimbra, Aeroporto e Bela Visa. “São imóveis que encaixam um pouco melhor no orçamento (das famílias)”, afirmou. Entretanto, os bairros mais desejados da capital continuam sendo os setores Marista, Oeste, Jardim Goiás e Bueno. Como eles são os mais “queridos”, acabam sendo os mais valorizados de Goiânia, completou.

Fernando Razuk observa que na pandemia foi verificada uma maior quantidade de vendas de imóveis chamadas de upgrade. Ou seja, a pessoa que mora em um apartamento menor vê a necessidade de ir para um maior. O home office, que era uma tendência, virou realidade. Cresceu a procura pelo apartamento com, pelo menos, um cômodo a mais, para o escritório. E como a cozinha hoje está substituindo os restaurantes, os clientes buscam imóveis com uma boa cozinha gourmet, para poderem ter algum momento de lazer dentro de casa, citou.

Esse efeito criou um ambiente positivo para o setor da construção civil, que tem executado grandes projetos, logo, movimentando muitos recursos e investimentos.

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